segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Primeiro de Novembro

Dia 1º de novembro é o 305º dia do calendário gregoriano e estabelece que faltam 60 dias pro fim do ano. Num dia 1º de novembro foi descoberto o litoral brasileiro, na Bahia de Todos-os-Santos, e foi instalada a primeira capital brasileira. Num dia 1º de novembro o teto da Capela Sistina de Michelangelo foi exibida ao público pela primeira vez; Otelo, de Shakespeare, estreou em Londres; Lisboa foi destruída por um terremoto; a Casa Branca foi inaugurada. Num dia 1º de novembro entrou em vigor o Cruzeiro como padrão monetário do Brasil; os Estados Unidos detonaram o primeiro artefato bélico de fusão nucelar; o golpe militar de 64 foi dado. Foi num 1º de novembro que a Lei de Anistia foi oficializada e os exilados começaram a voltar pros seus países; e noutro 1º de novembro que morreu Lima Barreto -mas deixou o Policarpo Quaresma; e noutro a União Soviética lançou a primeira nave espacial com destino a Marte. Num 1º de novembro, o Muro de Berlim foi aberto para maiores de 65 anos e a Educação Física se tornou obrigatória nas escolas brasileiras.

1º de novembro é Dia Mundial do Veganismo e dia da Bahia de Todos-os-Santos. No dia 1º de novembro começam as celebrações do Dia dos Mortos, clássico da cultura Mexicana.

Mas, hoje, a única coisa que importa mesmo no dia 1º de novembro é o fato de ser o dia em que eu te conheci e de hoje fazer um ano :')

domingo, 19 de dezembro de 2010

Aquilo que não foi.

É confusa a saudade do que não foi. Mas é concreto o sentimento de vazio. Vazio concreto mas regado do egoísmo de sofrer pela felicidade de outro. Sinto que, num só bem-querer, felicidade, admiração e orgulho pela conquista se misturaram à preocupação e ao medo do incerto. Mas a fôrma do sentimento se chama saudade. Do que não foi.

Quando o tempo é recrutado para a guerra contra capacidade de manutenção dos sentimentos das pessoas, as armas são as lembranças. E cada uma delas dispara com mira e velocidade precisas, seja rumo ao esquecimento ou rumo ao suscitar cada vez mais a dor.

Queria apenas que a felicidade de um crescesse proporcionalmente à felicidade do outro –e não ao vazio desse. E que o tempo pudesse ser amigo das lembranças e não as espalhasse como folha seca que faz barulho a cada pisada, mesmo que leve, exigindo que se lembre da sua existência.

Saudade é quando a gente esquece que não devia lembrar. Ou lembra que não conseguiu esquecer.

10.Dezembro.2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fragmento de uma carta.

[...]

Sonho às vezes se congela e fica ali, no fundo do peito, aparentemente esquecido ou servindo de enfeite pra novos sonhos. Difícil é quando a estátua do sonho inesperadamente cria vida e toma conta do resto ou afoga o que já tinha se construído sobre ela. Devasta tudo o que conseguiu sobreviver na presença daquele desejo cristalizado, convivendo com algo que nunca foi, mas deveria ter sido.
Sonhos nem sempre são bonitos ou parecem contos de fadas; e muito menos sempre têm finais felizes. Um sonho com gosto de inalcançável é daqueles que ocupa um lugar especial lá no memorial de sonhos. Um sonho com gosto de inalcançável e que carrega consigo muito mais que fantasias infantis é daqueles que cristaliza mas não se conforma nunca com sua condição de ‘pra sempre sonho’. Mas também não consegue imaginar como seria se não o fosse, muito menos supõem tudo o que devastaria numa mudança de estado repentina.
Quando um sonho desse tipo -que toma conta de corpo, mente, alma...- esquece de ser sonho e resolve ser marca, se satisfaz do seu estado latente e constante. Fica ali, inesquecível e sensível ao toque, seja ele físico ou de outra natureza qualquer. E quando a marca esquece de ser sonho, ela se torna fruto do delírio. Um delírio que dá medo, sim, mas que leva à possível transformação do sonho-marca em natureza concreta.
A transformação é incerta e, sem dúvidas, confusa. É devastadora e indescritível. O prazer no qual a marca-sonho se transforma é assolador. Seja pela sensação de totalidade ou pela sensação de poder, descobrir que um sonho foi desfeito e deu origem a outro(s) é engrandecedor para qualquer alma. Descobrir que o que a incerteza transformou em supostamente utópico é nada mais que sonho cristalizado é prazeroso o suficiente para que os sonhos se rearranjem.


Agora os ângulos mudaram, é verdade. Mas os sonhos talvez não.

domingo, 30 de maio de 2010

2010.1

Meio inseguro e altamente indeciso: foi assim que o definiram. Agora um, n’outrora outro. Escuridão no dia e luz intensa a palpitar na noite. Companhia indispensável, sim; precisa, não. Nem sabe o que de fato é companhia.
A sensação de agir sem ter certeza do que quer o impele à apatia. Não quer perder nenhuma das oportunidades por decisões incertas. Para ele, a certeza vale mais que o prazer momentâneo. A fugacidade do momento o assusta tanto quanto a incerteza de um sentimento feminino ultimamente tão constante.
Ele sabe o que quer viver, mas não sabe como lidará com as lembranças. Um cemitério delas lhe atordoa a cada manhã e lhe faz lembrar que viver tem conseqüências.
Ele quer viver peneirando idéias.

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Uma breve explicação: esse texto foi escrito sem título. Quando precisei salvá-lo, a primeira coisa que me veio à cabeça foi "2010.1" e assim o salvei. Logo depois ouvi do amigo Lucas de Moraes um "adorei o título". Enfim, pegou, mas não tem explicação plausível.

sábado, 29 de maio de 2010

Satisfação.

Após exatos 2 anos e 5 meses da primeira postagem, criei coragem para voltar a enfrentar essa selva chamada blog. A vida corrida tem me afastado do mundo das palavras, infelizmente. Pretendo reverter isso.
Bem, 'welcome to the jungle' pra mim.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ser.

Gosto mesmo é da intensidade,
gosto da maldade
e gosto do amor.

Quero mesmo é ser violentada,
com tanta balada
com tanto sabor.

Sinto mesmo é por não ser assim,
por não ter um fim
e por guardar rancor.

Sei que um dia tudo isso acaba.
E não resta mais nada.
Nem sequer a dor.